INFERNO

O termo latino significa "lugar inferior", "abismo". No Antigo Testamento conhece-se o lugar dos mortos (xeol), uma gruta subterrânea. Para lá vão todos os mortos, bons e maus (Gênese 37,25 Deuteronômio 32,22 1Reis 2,6 Jó 10,21s; Salmo 9,18 Salmo 31,18 Isaías 38,10 Isaías 38,18).


Com o progresso da Revelação foi-se esclarecendo o destino dos bons e dos maus: os justos ressuscitarão para a vida (Daniel 12,2 2Macabeus 7,9-23 Cântico dos Cânticos 5,15s; Cântico dos Cânticos 6,18); os ímpios sofrerão castigo (Isaías 50,11 Isaías 66,24 Cântico dos Cânticos 4,19) e ressuscitarão para o opróbrio (Daniel 12,2 Isaías 50,11 Judite 16,17).



Na Bíblia aparece também a imagem da Geena, vale de Jerusalém, lugar de culto idolátrico, lixeira da cidade, espécie de boca-do-lixo (Jeremias 7,30-32 Jeremias 19,6 Isaías 30,33 Marcos 9,43).



O termo xeol é traduzido na versão grega dos Setenta por Hades (Lucas 16,23s; Apocalipse 20,13s).
O Apocalipse fala-nos no "lago de fogo", que é a segunda morte, no qual a morte e o hades serão lançados (Apocalipse 20,6 Apocalipse 20,14 Apocalipse 21,8).



A descida de Cristo aos infernos significa a dimensão cósmica do mistério pascal. O mundo era então imaginado como uma casa com três compartimentos: gruta subterrânea - morada dos mortos: rés-do-chão -morada dos homens; primeiro andar -palácio de Deus. Pela sua sepultura, ressurreição e ascensão Cristo penetrou em cada um destes três lugares (1Pedro 3,18-20 Efésios 4,8-10 Atos 2,24-31 Romanos 10,6s; 1Pedro 4,5s). Esta "descida" é sinal do triunfo de Cristo sobre a morte (Apocalipse 1,18 Apocalipse 20,1).



Na mentalidade bíblica, as "águas inferiores" (infernais) combateram contra Deus na criação (Jó 26,5-14 Mateus 16,18). Por isso, o cristão, ao ser submergido nas águas batismais, ritualiza a sepultura de Cristo, descendo com ele aos infernos (Romanos 6,3s; Colossenses 2,12). Ver "Geena", "Abismo", "Xeol".

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